quinta-feira, 8 de março de 2012

A identidade da mulher nas revistas “Capricho” dos anos 60 e na atual

Capas: Capricho em 2010 e em 1960.
Aproveitando que hoje é o Dia da Mulher, posto aqui um artigo acadêmico sobre a construção da identidade feminina que eu, a Bia e nossa amiga Camila Mont'Alverne escrevemos há algum tempo. Nesse artigo, a gente analisa mais especificamente a construção da identidade da mulher na revista Capricho, comparando algumas edições atuais da revista com edições publicadas nos anos 60. O trabalho foi apresentado em 2011 no Intercom, o Congresso Brasileiro em Ciências da Comunicação.

O artigo na íntegra está disponível no site do Intercom.

Governo do Ceará discute Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres

A Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres do Estado do Ceará, em parceria com a Secretaria Especial da Copa 2014 e do Instituto Maria da Penha, promove hoje (08) solenidade em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. O tema do encontro é o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres e seus resultados no estado do Ceará.

A solenidade, que contará com a presença de Maria da Penha, acontecerá no Auditório Blanchard Girão, no Castelão, a partir das 17h. Logo após a palestra de abertura, Tião Simpatia, repentista, fará show "Mulher de Lei".


O Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres

A violência contra as mulheres ainda é uma realidade freqüente no Brasil. Segundo a Pesquisa Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil 2011, realizada pelo Instituto Avon/Ipsos, seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica e 27% das mulheres entrevistadas declararam já ter sido vítimas.

Lidar com esse problema envolve relações afetivas, projeto de vida, dor, vergonha e humilhação. A adoção de políticas públicas, de caráter universal e acessíveis a todas as mulheres se faz necessária.

Com objetivo de previnir, proteger e garantir os direitos das mulheres em situação de violência, bem como o combater a impunidade dos agressores, o governo federal lançou, em 2008, o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres.

Ações nas mais diferentes esferas da vida social estão sendo implementadas, como, por exemplo, na educação, no mundo do trabalho, na saúde, na segurança pública, na assistência social. O Pacto recebeu como recurso inicial R$ 1 bilhão.

As políticas públicas desenvolvidas no Pacto são direcionadas prioritariamente às mulheres rurais, negras e indígenas em situação de violência, em função da dupla ou tripla discriminação a que estão submetidas e em virtude de sua maior vulnerabilidade social.

domingo, 4 de março de 2012

Blog: uma ferramenta para o Jornalismo


O artigo "Blog: uma ferramenta para o Jornalismo", de André Borges, levanta questionamentos relevantes relacionados à consolidação do blog no cenário do jornalismo produzido na atualidade.

O autor opta por descrever uma espécie de cronologia da popularização de tal ferramenta digital, preocupando-se sempre em retratar os argumentos “a favor” e “contra” esse processo e em evidenciar que ainda há grandes questões a se debater acerca do assunto.

O fenômeno dos diários virtuais, ou simplesmente blogs, começou a ganhar impulso a partir dos anos 2000. No começo era mais utilizado por crianças e adolescentes, que, usufruindo da proposta inicial da ferramenta, escreviam desabafos e comentários desconexos sobre seu cotidiano. Mas o fato é que, nos últimos anos, o blog passou a representar uma nova realidade da Literatura e, sobretudo, da Comunicação Social.

Críticas a essa nova forma de se expressar por meios eletrônicos não são poucas. Uma parte dos profissionais mais “tradicionalistas” do jornalismo investe contra o que chamam de falta de técnica no processo da produção jornalística de tal ferramenta: “Falta de organização das notícias, limitação de diversidade de fontes, pouca periodicidade, baixa confiabilidade e ausência de compromissos com o leitor”. De fato, tais argumentos estão perdendo a razão diante da crescente proporção de profissionalização de seus adeptos, incluindo cada dia mais, não só “cidadãos comuns”, mas também profissionais atuantes na própria imprensa tradicional.

Os blogs expressam uma grande fonte de notícias e críticas, vindas de pessoas de qualquer parte do mundo, que desejam e necessitam veicular informações e lançá-las à rede de computadores, ou seja, representam, fatidicamente, o fim da exclusividade do jornalista na veiculação tradicional dos fatos. O cidadão, através de seu blog, atua como um novo elemento na estrutura midiática, por meio de críticas e debates acerca daquelas informações que consome pela “grande mídia”. Assim sendo, o “blogueiro” desenvolve uma linha de raciocínio que tende a personalizar a notícia, por exemplo, de um grande jornal e atrair opiniões semelhantes a sua. Mas um ponto que ainda deve ser debatido é o fato de que, apesar de toda a liberdade de expressão, veiculação e crítica gozada pela sociedade incluída digital, suas discussões são quase exclusivamente pautadas no conteúdo da grande mídia, o que, na realidade, ainda não representa um sinal de que o Jornalismo exercido na sociedade já é incontestavelmente democrático e, acima disso, plural.

O autor discute também a questão dos reflexos da “onda digital” principalmente na imprensa tradicional. A crise dos meios impressos de comunicação, vem se intensificando com a consolidação das novas mídias. Uma conseqüência disso é o fato de a publicidade – que “banca” o jornal – estar se evadindo cada vez mais para as mídias online. Com o decréscimo no número de leitores do formato impresso, a mídia tradicional passou a investir no mundo da notícia via internet, por meio dos conhecidos portais de notícias, e, assim sendo, já dominam o conteúdo jornalístico da web. Mas essa audiência não implica na suficiência do retorno lucrativo para essas empresas de comunicação, que, comparando com aos números anteriores relacionados aos assinantes dos impressos, são preocupantemente baixos.

O desenvolvimento de blogs, além de poder ser uma alternativa lucrativa – se atrelada a pacotes publicitários, divulgação e, acima disso, compromisso com o leitor – para comunicadores profissionais e “potenciais”, representa uma forma de construção da informação cada vez mais heterogênea, autônoma e descentralizada.  Ao mesmo tempo que oferece possibilidade de combate à suposta superficialidade da cobertura jornalística tradicional, cria uma estrutura bem mais dinâmica de estreitamento no relacionamento entre jornais e seus leitores e entre leitores e seus leitores.

André Borges desenvolve seu artigo por meio de uma linguagem simples e objetiva. Ele conclui seu pensamento observando que as relações entre blogs e jornais e entre o blogueiro e a democracia comunicativa ainda são incertas, mas que não há dúvidas de que, usando de suas palavras, “lá estarão milhares de blogs para dar a notícia”.